Temperança
A temperança é o
hábito da moderação especialmente no uso de alimentos e bebidas, mas,
referindo-se também por extensão, ao controle dos apetites e das paixões
humanas. A temperança caracteriza o indivíduo senhor de si mesmo, capaz de
dominar-se e usar os bens da vida, não como fins em si mesmos, mas como meios
para atingir objetivos mais elevados.
Etimologicamente, vem
do latim temperantia, de temperare, que significa temperar, regular e guardar a
medida. A temperança tem ligação com continência, incontinência e intemperança.
Continência significa conter-se, dominar-se. Incontinência e intemperança são
os contrários de continência e temperança.
Continência e
incontinência. A continência é a resistência aos vícios, uma atitude boa,
razoável; a incontinência, disposição aos vícios, uma atitude má. Na
continência, fazemos uso da vontade, da determinação; na incontinência, a
vontade fica para trás, assemelhando-se às “tentações” do Evangelho.
Incontinência e
intemperança. A incontinência é a
incapacidade de agir conforme os ditames da vontade; há um conflito entre razão
e emoção. O intemperado, por seu turno, obedece apenas à parte sensitiva da sua
alma; ele não vê conflito de deveres. Nesse caso, o incontinente pode ser
corrigido; o intemperado, não. O incontinente sabe que está errado, mas não é
capaz de resistir aos prazeres; o intemperado, decide pelos excessos de
prazeres.
Aristóteles, na Ética
a Nicômaco, diz: “Algumas fontes de prazer são necessárias outras são valiosas
em si mesmas, mas podem ser excessivas. As necessárias são as condições
corporais, isto é, as que dizem respeito à comida, sexo... Outras fontes de
prazeres não são necessárias, mas são valiosas em si mesmas, como exemplo, a
vitória, a honra, a riqueza e outras coisas boas similares”.
Para compreendermos a
temperança na visão de Aristóteles, precisamos distinguir os prazeres da alma e
os prazeres do corpo. Para Aristóteles, a temperança refere-se exclusivamente
aos prazeres do corpo. O amor ao estudo, sendo um prazer da alma, nada tem a
ver com a temperança. Ou seja, uma pessoa que ama esse prazer não pode ser
considerada nem temperada nem intemperada.
Lembremo-nos de que a
moderação é a temperança no comer, a sobriedade é a temperança no beber e a
castidade é a temperança no prazer sexual.
Fonte de Consulta
MARQUES, Ramiro. O
Livro das Virtudes de Sempre: Ética para os Professores. Portugal: Landy, 2001,
capítulo 15, p. 151 a 160.
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